Sombras
Que vem sobre nós
Teu obscuro silêncio
Recai nesses nós
Pois fico a sentir
O torpor de ser
O topo da imensa
Luneta do ser
Pois fico na histeria
De emergir de um pecado
Intento do teu fogo
E não lhe deixo apaziguador
Pois não te dou perfeição
E nem mesmo paz
Pois sou apenas
O intento feroz
E assim nessa dúvida
De estar bem aqui
Pois tua vida não me é
Não sou bem vinda nesse fim
Pois tua vinda tão certeira
Que me trás tenro encanto
Na espera da tua lua
Me perco em espanto
E fico vendo essa tristeza
Esses gritos de algozes
E no tempo de cada vez
Sou o rejeito nessa voz
Pois não existem palavras
Que tocam esse coração
Que se prostam nessa tristeza
Que perpassa corações
E o estilhaço dessa corrente
Que me atinge o tempo todo
Me tira dessa altivez
Da tua presença em que me encontro
Pois não quero ficar aqui
Sentindo essa desilusão
Com vozes que ecoam
Nesse surto de podridão
Então eu escuto tudo a me tocar
Porque assim sentir
Mas foco na tua essência
De ser o meu amor a fluir
Mas teu amor é seu lugar
Que consome legiões
E meu enterro de sentimentos
São enxurradas sem intenções
Pois não encontro aonde ir
Com essas dores que são desfeitas
Pois o encontro que me dói
É o ciclo que se sustenta
Pois é inteira minha emoção
De sentir esse amor
Mas não consigo parar de pensar
Em como agir nesse furor
Pois nessa contenda que se passa
Em que me encontro perdida
Me sinto no dever
De deixar tua mão livre e não aflita